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Na mídia: reportagem da UOL fala sobre a falta de investigação em casos de violência policial no PR



No início de abril, uma reportagem da UOL mostrou o que familiares de vítimas da violência policial vem há anos falando: o Estado não tem interesse e investiga mal as mortes provocadas por policiais. A notícia contou com o trabalho de peritos que analisaram 22 casos que ocorreram no Paraná entre 2018 e 2023.


- Muitas vezes, os depoimentos dos policiais são inconsistentes ou mudam de uma hora para outra.

- Faltam laudos do corpo da vítima (como testes residuográficos, para ver se há

pólvora nas mãos), tanto por omissão dos delegados, como porque os corpos foram lavados, o que compromete a coleta de provas. Também há incineração das roupas das vítimas.

- Faltam laudos do local para fazer a reconstituição do que aconteceu, encontrar marcas de tiros ou projéteis supostamente disparados pela vítima. 

- Os laudos que existem mostram que policiais fazem muitos disparos, principalmente em regiões vitais das vítimas, o que indica o real objetivo desses tiros.


A verdade é que não existem elementos para alegar a tal “legítima defesa”, versão usada pelos agentes para justificar o assassinato de tantos jovens, e mesmo assim os agentes saem impunes.


Enquanto os investigadores oficiais agem sem nenhuma intenção de realmente investigar, afinal, é polícia investigando a própria polícia, são as famílias das vítimas as verdadeiras investigadoras, que vão atrás de provas, perícias e laudos, cumprem um papel que deveria ser do Estado, muitas vezes gastando um dinheiro que não têm.


E o Ministério Público, que deveria intervir para que haja justiça, é omisso. O próprio promotor do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP) afirma na entrevista: não há protocolos de atuação para esses casos.


O resultado é a impunidade, a injustiça e a continuidade dessa política que mata diariamente jovens negros, pobres e periféricos. Não é falta de competência dos órgãos do Estado, não é falta de verba ou de pessoal, é um projeto. Um projeto de morte.


Frente a essa política de Estado, a luta das famílias de vítimas de violência policial afirma a necessidade da organização cotidiana contra o genocídio, construindo uma política da vida na busca de justiça, memória e reparação!


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