Justiça por Felipe, Gustavo, Elias e Eduardo!

Durante a tarde de ontem, dia 11 de maio, estivemos em frente ao Tribunal do Júri de Curitiba para acompanhar a primeira audiência do caso dos meninos do Parolin, mortos pela Polícia Militar em Setembro de 2019. Junto à Rede Nenhuma Vida a Menos, estavam outras organizações, figuras políticas, pessoas que souberam do ato e se sensibilizaram, além de familiares em luto por situação semelhante: a brutalidade violenta da PM.

As faixas, cartazes, falas e gritos do ato foram de apoio às famílias de Felipe Bueno, Gustavo Bueno, Elias Leandro e Eduardo Damas. Essas famílias não tiveram chance de um luto digno e seguem, desde a morte de seus meninos até hoje, sofrendo diversos tipos de abusos e discriminações por parte daqueles que, em teoria, existem para sua proteção. Durante os depoimentos das familiares não foi diferente e as tentativas de intimidação por parte dos policiais e advogados usaram de uma velha tática discriminatória. Sabemos que os alvos dessa discriminação têm cor, território e classe social bem específicos e definidos.

Além de solidarizar com a luta que essas famílias vêm travando, as palavras de ordem em frente ao Tribunal do Júri foram para exigir justiça e mostrar que ainda que saibamos que nossas instituições de justiça e proteção estão atravessadas e comandadas pelos olhos que condenam e matam o povo negro, pobre e de comunidade, não desistiremos de gritar pelos nossos.

Apesar das baixas táticas usadas pela defesa dos policiais, de não termos as estatísticas a nosso favor e de sabermos de tantos casos impunes, estamos confiantes que o processo seguirá e chegará à Júri Popular. O caminho ainda será longo, mas acreditamos que o dia de ontem foi uma grande etapa superada e uma vitória, conquistada após muitos dias de luta, de resistência, dor e superação. Seguimos contando com apoio e solidariedade para os próximas passos, não podemos deixar as famílias em luto e luta sozinhas.

Eduardo, Elias, Felipe e Gustavo: presentes! Hoje e sempre!